Da mesma forma que utilizamos um espelho para observar o nosso exterior, podemos utilizar as imagens do Tarô para visualizar nossa realidade interior. As imagens do Tarô podem ser consideradas como um espelho da nossa alma. Um espelho reflete a realidade, não a julga. Essas imagens não são "positivas", nem "negativas"; da mesma forma não são "a favor", nem "contrárias".
Elas apenas representam dicas e pistas, nos dão direcionamentos, caminhos, orientações, cabendo a cada um de nós fazer suas próprias escolhas, acolhendo ou descartando tais realidades. O Tarô é um caminho para o desenvolvimento, uma sabedoria viva. Originalmente o Tarô era um livro de sabedoria, similar ao "I Ching", visto como fonte de conselho nos mais diferentes assuntos. É um guia para a esfera da transformação interior, que revela mensagens ocultas e amplia a visão que temos de nós mesmos e do cosmo.
Breve História do Tarô
A origem das cartas do Tarô é bastante obscura e controversa. Não há um consenso entre autores, que atribuem a criação das cartas à uma infinidade de fontes. As ideias vão até a lenda de Atlântida. Alguns pesquisadores as relacionam com a religião do Egito Antigo, com o livro Thot. Éliphas Levi (autor que traduziu seu nome frances - Alphonse Luis Constant ao hebraico) e foi grande estudioso da cabala, mago, ocultista e cerimonialista francês do século XIX relacionou as 22 cartas dos arcanos maiores com os 22 caracteres em hebraico. Outros autores acreditam que o Tarô veio dos cultos misteriosos dos mitras, nos primeiros séculos da era cristã. Também há quem afirme que o Tarô surgiu junto com as crenças célticas pagãs, até mesmo com os ciclos da poesia romântica do Santo Graal na idade média. E, ainda há quem creia que as cartas vieram da Índia com os ciganos. De real, as primeiras cartas de Tarô documentadas remontam à Renascença, na segunda metade do século XV, na Itália. Um dos Tarôs mais antigos, utilizado até os dias atuais, é o Tarô de Marselha, do século XVI.
Porque "Sistêmico"?
Porque não basta olhar para dentro, na alma apenas do indivíduo. Todos fazemos parte de um sistema familiar, e levamos conosco reflexos das ações, dos erros, das falhas de nossos ancestrais, tanto do lado da mãe, quanto do lado do pai. O Tarô Sistêmico lança um profundo olhar em todo o sistema familiar, trazendo à tona fatos que embora aparentemente sem controle na vida do consulente, podem ser de grande valia para evitar repetições de condutas de nossos antepassados, e até mesmo para tirá-los de ciclos repetitivos que causam dor, angústia, sofrimento e conflitos diversos que poderiam ser evitados ou, até mesmo "curados". O Tarô Sistêmico é uma poderosa ferramenta de autoconhecimento, que nos permite reavaliar condutas e decisões e, dessa forma, criar um novo caminho para o futuro.
Portas para o Autoconhecimento
As cartas que conhecemos atualmente são representações híbridas, ou seja, influenciadas por absolutamente tudo, desde o pensamento cabalístico até as lendas da Távola Redonda. Desde as antigas práticas da magia até o simbolismo Rosacruz. São como portas através das quais faremos uma viagem com muitas voltas, desafios e aprendizados para chegar ao Louco, à maior sabedoria, à Deus, à iluminação. As imagens do Tarô nos servem como espelhos, elas falam com o nosso inconsciente, despertam conhecimentos antigos que existem em todos nós, porque somos todos um e estamos ligados à uma fonte de sabedoria milenar, nosso "cerne sábio". O Tarô Sistêmico traz um chamado ao autoconhecimento, despertando o homem a se aprofundar, aprender e conhecer mais sobre si mesmo e o Universo. É uma oportunidade para não mais aceitar passivamente regras, sofrimentos e tudo o que os dogmas religiosos sempre impuseram e exigiram.