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Fitoterapia Aplicada

Fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Ela surgiu de forma independente na  maioria dos povos. Na China, surgiu por volta de 3000 a.C., quando o imperador Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades  do Ginseng e da Cânfora. Deve-se observar que a definição de medicamento fitoterápico é diferente de Fitoterapia pois não  engloba o uso popular das plantas em si, mas sim seus extratos. Os medicamentos fitoterápicos são preparações elaboradas por técnicas de farmácia, além de serem produtos industrializados.

A utilização das plantas medicinais na cura acontece desde tempos remotos, baseada no conhecimento tradicional acumulado e transmitido ao longo de gerações, sendo que a partir de 1978 a Organização Mundial da Saúde, por meio da Declaração de Alma-Ata, tem enfatizado a importância e a necessidade da valorização do uso das plantas medicinais no sistema de saúde, pois cerca de 80% da população mundial utiliza as plantas medicinais frescas ou preparações destas no âmbito da atenção primária de saúde.

A Fitoterapia e o SUS

Segundo o Ministério da Saúde, os países em desenvolvimento se beneficiam na adoção de um modelo de saúde à base de plantas, considerando que são detentoras de 67% das espécies vegetais do mundo. O Brasil, sendo o país com a maior biodiversidade do planeta, tem especial vocação nesse sentido. No Brasil a Fitoterapia se insere no rol das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), um conjunto de práticas centradas na prevenção e promoção da saúde, além da recuperação da saúde sob um olhar ampliado, instituídas no Sistema Único de Saúde (SUS)  em 2006 por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), aprovado na Portaria GM no. 971/2006. No sistema privado de saúde do país, a Fitoterapia está presente também nos principais centros de excelência médica como o Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, seja na pesquisa clínica, na oferta das práticas terapêuticas complementares aos recursos da medicina convencional, como também na produção e difusão do conhecimento em seus cursos de pós-graduação.

Planta Medicinal

Define-se planta medicinal como todo vegetal que contenha, em um ou mais de seus órgãos, substâncias que podem ser utilizadas para fins terapêuticos, preventivos e farmacêuticos ou que são precursores de síntese químico-farmacêutica. É o ponto de partida do qual derivam os vários tipos de aproveitamento dessa matéria-prima no ramo farmacêutico. E como todas as espécies da natureza apresentam compostos químicos, admite-se que todas as plantas são potencialmente medicinais, carecendo talvez de experimentação tradicional ou de estudos científicos modernos que revelem essa qualidade. Define-se droga vegetal como sendo a planta medicinal inteira, assim como suas partes e secreções (ex.: resina, goma, látex), retirada da natureza de forma simples e que após sofrer processos de coleta, estabilização e secagem, guarda os princípios ativos de interesse medicinal e farmacêutico. Pode apresentar-se comercialmente em forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.

Benefícios da Fitoterapia

A Fitoterapia é considerada uma forma de tratamento natural, uma vez que utiliza plantas medicinais, tendo o benefício de ter menos efeitos colaterais do que os remédios convencionais, e menor custo do tratamento. Além disso, a Fitoterapia não causa dependência e tolerância, como os remédios convencionais, podendo também ser manipulada em farmácias com doses individualizadas e, em alguns casos, com uma combinação de plantas medicinais na mesma formulação.

A Fitoterapia funciona de diferentes formas, dependendo das substâncias presentes nas plantas medicinais, sendo as principais ações:

  • Estimular o sistema imunológico, prevenindo e combatendo infecções por vírus, bactérias ou fungos; 
  • Reduzir os danos causados pelos radicais livres, diminuindo a inflamação no corpo;
  • Regular os hormônios e a atividade de neurotransmissores no cérebro; 
  • Estimular ou diminuir os movimentos intestinais;
  • Regular os níveis de açúcar no sangue;
  • Eliminar o excesso de líquidos no corpo;
  • Eliminar o excesso de catarro das vias respiratórias;
  • Reduzir a absorção de gorduras pelo intestino. 

Isto porque as plantas medicinais utilizadas na Fitoterapia possuem substâncias, chamadas de fitoquímicos, com ação anti-inflamatória, antisséptica, antiespasmódica, antimicrobiana, estrogênicas ou estimulante do sistema imunológico, por exemplo.